terça-feira, 1 de junho de 2010

Médicos expectantes com prótese inteligente

Médicos expectantes com prótese inteligente

OServiço de Medicina Física e Reabilitação dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) está a acompanhar com "grande expectativa" o caso do primeiro amputado da Península Ibérica a receber a prótese Rheo, dotada de memória artificial. Apresentada ontem no SMFR, a prótese fabricada pela empresa islandesa Össur foi aplicada pela primeira vez na Península Ibérica, há um mês e meio, a um jovem que sofreu uma amputação de um membro inferior e que é doente deste serviço dos HUC.
"Queremos acompanhar a evolução desta nova tecnologia para tirar então todo o partido desta prótese", afirmou o director do Serviço, Luís André, citado pela Lusa.
Segundo o fisiatra António Azenha, o caso está a ser acompanhado com "grande expectativa", uma vez que o joelho Rheo, o grande avanço desta prótese, permite uma marcha "o mais aproximada possível da biológica".
"O que era desempenhado pelos músculos é agora realizado pelo fluido electromagnético, que restringe mais ou menos os movimentos conforme as informações que recebe do microprocessador, ligado ao membro remanescente", explicou.
O joelho trata estas informações recebidas do membro são em tempo real, permitindo à prótese modelar o passo, diminuir ou acelerar a marcha ou até subir e descer escadas de forma harmoniosa. "Há uma adaptação constante [da prótese Rheo] às necessidades da passada, o joelho aprende a andar de acordo com as necessidades do amputado", explicou António Azenha, lembrando que a marcha constitui "um processo muito complexo".
Gustavo Cardoso, técnico da empresa de artigos ortopédicos Quantum, que comercializa o Rheo, disse tratar-se do "joelho protético mais avançado do mundo". "Funciona num campo magnético, em que o fluido equivale ao cérebro, armazenando todo a "inteligência do joelho, assimilada do membro são", adiantou.
Uma das desvantagens da prótese, que começou a ser comercializada no ano passado nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, é o seu preço, da ordem dos 25 mil euros.
"A nossa principal preocupação é que os doentes não deixem de ter a sua ajuda técnica. Temos de estudar bem as situações para que a qualidade chegue a todos", afirmou Luís André, ao sublinhar que os fundos atribuídos pelo Estado para o financiamento das próteses "são sempre escassos". Outra desvantagem é o peso (cerca de dois quilogramas), factor que a empresa produtora estará a tentar minimizar.

Fonte: http://jn.sapo.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=476756

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